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segunda-feira, 29 de setembro de 2014

A Banda (Insistiu em Passar)

"... Estava à toa na vida
O meu amor me chamou
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amor
A minha gente sofrida
Despediu-se da dor
Pra ver a banda passar
Cantando coisas de amo..."



Ao ouvir esse "hino" composto pelo nosso mestre Chico Buarque, sentimos uma sensação de felicidade e conforto não é? Uma musica que parece nos animar, nos deixar com um astral nas alturas, uma sensação de acalanto?
Se caso você sente pelo menos um destes sentimentos ou sensações o mestre Chico conseguiu deixar seu recado, até mesmo nos dias de hoje!
Uma musica simples, e até meio "bestinha" mas carregada de um sentimento amargo e rígido que a ditadura nos trazia!
Pra quem acha que a musica A Banda é só mais uma baladinha besta vindo lá dos anos 60, saiba que é uma musica repleta de metáforas e historias de um passado que o Brasil ainda teima em negar.
Por esses dias conversando com um amigo, a musica A Banda entrou nos "causos" e ele me indagou a seguinte pergunta: O que o Chico queria dizer com "A BANDA"?
Sem saber explicar eu disse que havia sim alguma coisa "escondida" nas entrelinhas desta canção mas que naquele momento não conseguiria lhe explicar, fui atrás, ouvi, ouvi, ouvi por diversas vezes a canção, pesquisei, li algumas versões só que uma dentre várias que li consegui transformar aquela minha visão em palavras!
Segue a versão que li:

"Estava à toa na vida, mostra a total ociosidade daquela sociedade que apenas podia se divertir com pão e o circo fornecido pela Ditadura. Então a banda faz referência ao militarismo vivido pela época, fazendo menção ao desfile do dia 7 de setembro, em que a banda marcial do exército marchava. Nesse aspecto, todas as mazelas vividas pelas pessoas era esquecida por um único momento de alívio ao ver a banda passar, momento este deveras efêmero, voltando à mesma situação de antes."

Outro:
"“A Banda” é uma metáfora de alegria na época da repressão. Imagine-se em um tempo que tuda era proibido e a diversão estava nas mãos do governo. Você “só” se divertia como o governo queria. Perceba que a banda quando entra na cidade é motivo de euforia, de imensa alegria, êxtase total, onde toda cidade pára para ver a banda passar.
“Mas para meu desencanto
O que era doce acabou
Tudo tomou seu lugar
Depois que a banda passou”
E assim termina os raros momentos de felicidade de um povo calado e sofrido: “E cada qual no seu canto/ Em cada canto uma dor”. “A Banda” é um grito de apelo, dizendo: “A felicidade pode continuar, basta me seguir, seguir a banda ou você pode fazer sua banda e sair tocando estrada a fora feito um mambembe cigano tocando o amor e a esperança!
Onde lê-se Banda, leia-se Felicidade!

Onde lê-se amor, leia-se esperança."

Resumindo tudo isso, talvez aquela musica que você achava tão bestinha e bonitinha, tem um conteúdo tão forte e importante para nossa historia!!! Ouça com Olhos, e Sinta com os Ouvidos!!! A musica terá uma outra forma quando tocada!

Segue a Musica para ler ouvindo!




Gabriel Cardoso

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Interprete do Dia.

Artur Castro


Artur Castro

Artur Castro Budd - Y Salvador, BA, 1880 ~ V Rio de Janeiro, RJ, 1930

Cantor e Compositor 

Filho de um dentista inglês e de uma brasileira da família Castro Cafezeiro. Tinha uma irmã que também cantava mas, ao que consta, nunca chegou a gravar discos.

Já no Rio de Janeiro, apresentava-se ao público como Artur Castro e também como Artur Budd. Fez carreira nas revistas musicadas dos teatros da Praça Tiradentes.

Entre 1910 e 1930, gravou discos nas gravadoras Columbia, Phoenix, Gaúcho, Homokord , Imperador, Favorite, Odeon, Ouvidor e Faulhaber. Nestas gravações, quando anunciado pelo locutor, era tratado simplesmente por Artur. 
Em meados de 1913, o dançarino, compositor, revistógrafo e empresário Duque (Antônio Lopes de Amorim Diniz), pretendendo abrir um cabaré, Cabaret Brasil, em Paris, convidou Artur Castro, o violonista, cantor e compositor baiano Josué de Barros e outros artistas para a temporada inaugural.  Infelizmente a empreitada não foi concretizada, mas, ainda estimulados por Duque, Artur Castro e Josué de Barros resolvem tentar a sorte na Europa.

Não conseguindo contratos em Paris, seguiram para Lisboa, onde alcançaram sucesso, agradando o público Português. O trio foi então convidado a gravar para a fábrica alemã 
Beka Grand-Record. Em Berlim fizeram 140 discos de marchas e cançonetas
 brasileiras que viriam a se tornar as primeiras gravações feitas por artistas brasileiros em terras européias.

Artur voltou ao Brasil por volta do ano de 1915.




Fonte - Ao Chiado Brasileira

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Os Festivais da MPB.



3º Festival da Musica Popular Brasileira (TV Record).

Vou começar essa postagem comentando um pouquinho sobre os Grandes Festivais da Musica Popular Brasileira..
Começarei com o meu preferido e acho que é o preferido do Grande Publico também, podemos dizer que também foi o mais "Revolucionário" da nossa Musica.
O 3º Festival da Musica Popular Brasileira, transmitido pela TV RECORD, com direção de Carlos Machado de Carvalho Jr. e cuidando com todo esmero da parte técnica relacionada ao som nossa Mestre Zuza Homen de Mello.








O Terceiro Festival foi assim:


III Festival de Música Popular Brasileira

Conhecido na Época como  " O FESTIVAL DA VIRADA"
  • Local: Teatro Paramount
  • Data: Outubro 1967
  • Prêmio Sabiá de Ouro

Classificação:

1º LugarPonteio (Edu Lobo e Capinam) - Intérpretes: Edu Lobo, Marília Medalha e Quarteto Novo.
2º LugarDomingo no Parque (Gilberto Gil) - Intérpretes: Gilberto Gil e Os Mutantes, onde Gilberto Gil mostrou ao mundo o som Tropicalista e abusado dessa banda que revolucionou a nossa musica a difundindo a vários e vários países com um sucesso que permanece até hoje mesmo com a saída de Rita Lee e Arnaldo Baptista.
3º LugarRoda Viva (Chico Buarque) - Intérpretes: Chico Buarque e MPB-4
4º Lugar: Alegria, Alegria (Caetano Veloso) - Intérpretes: Caetano Veloso e Beat Boys, Musica em que Caetano com muita coragem e sendo metralhado com criticas de varios músicos da época introduziu pela primeira vez uma banda de Rock com Guitarras elétricas em um festival de MPB.
5° LugarMaria, Carnaval e Cinzas (Luiz Carlos Paraná) - Intérpretes: Roberto Carlos, que encantou o publico com essa pérola exibindo assim seu lado romantico e quebrando o paradigma de Mau Rapaz como era visto no movimento da Jovem Guarda.

6° LugarGabriela (Francisco Maranhão) - Intérpretes: MPB-4, o MPB4 foi contemplado com dois premios nesse festival, com esse 6º Lugar e em 2º Lugar com Chico Buarque
  • Melhor Intérprete: Elis Regina - O Cantador (Dori Caymmi e Nelson Motta)


Momento Marcante do III Festival de MPB
  • Beto Bom de Bola (Sérgio Ricardo) - Intérprete: Sérgio Ricardo, onde Sérgio Ricardo acuado com as vaias do publico teve um momento de excesso e jogou seu violão em direção ao publico, fazendo assim a cena mais marcante de todos os Festivais.


Por enquanto é só isso pessoal, no próximo post entrarei com mais detalhes desse que foi um dos mais emocionantes Festivais de nossa história.

Abraços e .... VIVA A BOA MUSICA.
  

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Chegou o Carnaval!

(Pierrot, Colombina e Arlequim)

Está por vir uma das maiores festas de nossa cultura popular, o CARNAVAL, festa que a mais de 100 anos nos alegra nos primeiros meses do ano.
Carnaval é um período de festas regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval era marcado pelo "adeus à carne" ou "carne vale" dando origem ao termo "carnaval".
No Brasil o Século XIX, foi marcado por importantes compositores que mantém suas canções vivas e na boca do povo até hoje, grandes mestres da musica popular como Noel Rosa, Braguinha, Lamartine Babo, Pixinguinha entre outros
E não podemos esquecer de citar uma das maiores compositoras de nossa musica, a rainha Chiquinha Gonzaga que com a marcha " Ó Abre Alas"que havia sido composta para o cordão Rosas de Ouro que desfilava pelas ruas do Rio de Janeiro durante o carnaval e fez a festa do povo brasileiro nos anos de 1899 , 1900 e 1901, e fazendo sucesso até hoje nas matinês de clubes e blocos que mantém viva a essência do carnaval!

 (Chiquinha Gonzaga)

Cronologia do Carnaval Brasileiro!

Em finais do século XVIII, o entrudo era praticado por todo o país, consistindo em brincadeiras e folguedos que variavam conforme os locais e os grupos sociais envolvidos. As primeiras tentativas de civilizar a festa carnavalesca brasileira foram através da importação dos bailes e dos passeios mascarados parisienses, colocando o Entrudo Popular sob forte controle policial. A partir do ano de 1830, uma série de proibições vai se suceder na tentativa, sempre infrutífera, de acabar com a festa grosseira.
Em finais do século XIX, toda uma série e grupos carnavalescos ocupam as ruas do Rio de Janeiro, servindo de modelo para as diferentes folias. Nessa época, esses grupos eram chamados indiscriminadamente de cordões, ranchos ou blocos.
Os foliões costumavam frequentar os bailes fantasiados, usando máscaras e disfarces inspirados nos baile de máscaras parisienses. As fantasias mais tradicionais e usadas até hoje são as de Pierrot, Arlequim e Colombina, originárias da commedia dell'arte.
Hoje grande parte do Povo Brasileiro perdeu a essência da Festa do CARNAVAL, tornando-a uma coisa vulgar, esquecendo assim da tradição e da pureza da festa, eu faço uma pergunta basica para você leitor do Blog, qual grande sucesso "Carnavalesco" criado nesse século XX, será que estamos mantendo nossa cultura, nada contra o pessoal que segue os grandes e famosos trios elétricos ou desfilam em uma escola de samba, muitos não sabem o que significa realmente essa bela festa para a cultura do Pais, se no passado eramos reconhecidos pela boa musica e os garndes bailes a fantasia, se eramos conhecidos por termos "Carmen Miranda" com sua voz aguda e forte e suas extravangantes roupas feitas de frutas tropicais, hoje o carnaval brasileiro é reconhecido pelas mulheres nuas as festas de libertinagem e coisas do genero!
Pessoal se você esta lendo esse blog sendo o Folião das Marchinhas ou o Folião do Trio, não se sinta ofendido pelas palavras e tenha essa resenha da historia do Carnaval como um aprendizado pois essa festa é "NOSSA" e não podemos esquecer de nossas raizes!

Valeu A Todos!

Gabriel Cardoso

Fonte: Wikipedia


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011


ADONIRAN BARBOSA

DE VALINHOS PARA O MUNDO.



Introdução.

Depois de Falarmos desse ilustre sambista de nossa historia que foi o mestre Noel Rosa, na onda dos centenários que foram comemorados no ano passado nesse post irei escrever e contar um pouco sobre esse gênio do samba paulistano, o mestre Adoniran Barbosa.

Com suas canções provocativas e bem humoradas Adoniran Barbosa contagiou o povo paulista com seu gingado e malandragem.

A Historia.

Adoniran Barbosa nasceu João Rubinato no dia 06 de agosto de 1912 na cidade de Valinhos interior de São Paulo, filho de Imigrantes Italianos vindos da Localidade de Cavárzere província de Veneza.

Um fato interessante foi que aos 10 anos de idade sua certidão de nascimento ou batistério como ele mesmo dizia foi adulterada para o ano de 1910, possibilitando assim que ele pudesse trabalhar de forma legalizada, pois na época a idade mínima para o trabalho era de 12 anos.

Abandonou a escola cedo pois ele não tinha muito gosto pelos estudos, Adoniran tinha mais sete irmãos e a necessidade dele trabalhar era muita para que pudesse ajudar a sustentar sua família que era numerosa.

Os Rubinato viviam mudando de cidade, saíram de Valinhos e foram para o município de Jundiaí (Minha Terra Natal) logo após um tempo se mudaram para Santo André e por fim se estabeleceram em São Paulo, é ai que a vida de Adoniran começa a mudar.

Em Jundiaí Adoniran conhece seu primeiro oficio, como entregador de marmitas, aos 14 anos ele vivia rodando pela cidade e como sempre malandro surrupiava alguns bolinhos dar marmitas que entregava pelo caminho.

Trabalhou como metalúrgico e em uma empresa de tecidos das 04 da tarde as 08 da noite para ganhar 400 réis por hora.

Adoniran não gostava de trabalhar e vivia fugindo dos empregos.

Em Santo André foi Pintor, encanador, mascate vendedor de meias.

E pelos caminhos vivia compondo seus sambas, dizia ele que em seus tempos vago ele sempre reservava seu tempo para suas composições.

Adoniran tem um vasto aprendizado em sua vida num arco que vai de marmiteiro às frustações causadas pela rejeição de seu talento.

Ele queria ser artista e escolhe a carreira de ator e procura de varias maneiras fazer seu sonho se tornar realidade e brilhar nos palcos da vida.

Tenta, antes do advento do rádio, o palco mais é sempre rejeitado. Sem padrinhos e sem instrução adequada, o ingresso nos teatros como ator lhe é para sempre abortado. O samba, no início da carreira, tem para ele caráter acidental. Escolado pela vida, sabia que o estrelato e o bom sucesso econômico só seriam alcançados na veiculação de seu nome na caixa de ressonância popular que era o rádio.

Mais Adoniran não obteve êxito em sua carreira de ator, tentou ser locutor mais como de costume as portas se fecharam para o menino.

Não teve jeito seu talento era mesmo para musica, mas não foi muito fácil como ele pensava em uma de suas audições se apresentou com um samba de Noel Rosa – Filosofia não agradando muitos, mais entre os auditores ele consegui conquistar um que o fez a proposta para compor uma marchinha para o carnaval nupcial da Prefeitura de São Paulo, ganhou um cheque de 500 cruzeiros, ele pegou esse cheque e foi com mais vinte amigos aclamando seu sucesso e foram comemorar e acabou gastando todo seu dinheiro com uma noitada de bebedeira, como Adoniran mesmo disse ele tinha uma encomenda de um paletó que iria comprar com esse dinheiro que havia ganho mais nunca foi busca-lo pois havia gastado tudo, Adoniran mesmo disse que a marchinha que fez em 1934 para o carnaval da Prefeitura era uma porcaria mas ganhou o primeiro premio.


Adoniran ( No Rádio)


A vida profissional de Adoniran Barbosa se desenvolve a partir das interpretações de outros compositores. Embora a composição não o atraia muito, a primeira a ser gravada é Dona Boa, na voz de Raul Torres. Depois grava em disco Agora pode chorar que não faz sucesso algum. Aos poucos se entrega ao papel de ator radiofônico; a criação de diversos tipos populares e a interpretação que deles faz, em programas escritos por Osvaldo Moles, faz do sambista um homem de relativo sucesso. Embora impagáveis esses programas não consigam segurar por muito tempo ainda o compositor que teima em aparecer em Adoniran. Entretanto, é a partir desses programas que o grande sambista encontra a medida exata de seu talento, em que a soma das experiências vividas e da observação acurada dá ao país um dos seus maiores e mais sensíveis intérpretes.

CONTINUA. . .


Nota do Blogueiro!

Deixei esse ar de mistério nesse post, pois no próximo estou preparando outro capitulo da história desse ícone do Samba Paulista e por que não Mundial!

Irei destacar mais a fase dos sucessos desse grande compositor do nosso Interior Paulista!


VIVA ADONIRAN, VIVA A NOSSA MPB


by Gabriel Lennon



Fonte: Wikipédia

Entrevista de Adoniran na TV Cultura em 1972

Livro A Canção do Tempo

Site Ao Chiado Brasileiro (Museu da MPB)




terça-feira, 4 de janeiro de 2011


NOEL ROSA
(O Mestre do Samba)



Estamos aqui para inaugurar esse Blog, que tem a finalidade de tentar de alguma forma mesmo que singela as raízes de nossa Musica Popular Brasileira (MPB).
Vamos iniciar esse Blog com uma postagem contando um pouco da Historia de um dos Grandes Sambistas da nossa Terra, o eterno malandro Noel Rosa.

Nascido em 11 de dezembro de 1910 como Noel de Medeiros Rosa , nasceu de um parto muito difícil, que incluiu o uso de fórceps pelo médico obstetra, como medida para salvar as vidas da mãe e bebê. Além disso, nasceu com hipoplasia(desenvolvimento limitado) da mandíbula (provável Síndrome de Pierre-Robin) o que lhe marcou as feições por toda a vida e destacou sua fisionomia bastante particular.

Criado em Vila Isabel, bairro popular da Cidade do Rio de Janeiro, Noel ja na Adolescência aprendeu a tocar bandolin de ouvido já mostrando sua excelente aptidão musical , e logo ja começou facilmente a dedilhar com excelência o violão, e tornou-se logo um boêmio conhecido nas noites cariocas.

Por Incrível que possa parecer Noel começou a Cursar a faculdade de Medicina mas logo descobriu que não conseguiria conciliar a Faculdade com suas noitadas na boemia carioca regadas a samba e Cerveja " ele era um ótimo apreciador de bebidas".

Noel logo se destacou dentre os músicos e fez parte de diversos grupos da época como o grupo Bando dos Tangáras ao lado dos grandes mestres João de Barro , Almirante , Alvinho e Henrique Brito.

Em 1929 , Noel já com 19 anos já arriscava suas primeiras obras como compositor dentre elas estão Minha Viola e Toada do Céu , ambas gravadas pelo próprio Noel. Mas foi em 1930 que Noel Rosa alcançou seu êxito musical compondo e gravando o eterno "Samba" Com que Roupa? um samba com um toque de humor que até hoje sobrevive na memória de todos nós Brasileiros, e agora me diga quem nunca cantou esse samba uma vez na vida???

Além de um excelente musicista e compositor Noel se destacou em suas letras como um excelente cronista do cotidiano de um cidadão humilde de sua época e por que não dizer que ate hoje suas letras servem para muitas ocasiões de nossa rotina cotidiana, podemos Citar como exemplo de uma de suas crônicas musicais se assim posso denominar a canção "Conversa de Botequim" onde Noel narra uma historia de uma Malandro que chega ao um Botequim e acha que é o dono do local onde pede bem depressa ao garçom uma média que não seja requentada , um pão com manteiga a beça , guardanapos e um copo d´agua bem gelado, pede cigarros e até um dinheiro emprestado ao garçom, e no final pede que a conta seja pendurada . . . Posso dizer que muitos Boêmios já fizeram isso um dia mesmo porque eu já fiz!

Noel também foi protagonista de uma curiosa polêmica travada através de canções com seu rival Wilson Batista. Os dois compositores atacaram-se mutuamente em sambas agressivos e bem humorados, que renderam bons frutos para a música brasileira, incluindo clássicos de Noel como Feitiço da Vila e Palpite Infeliz. Entre os intérpretes que passaram a cantar seus sambas, destacam-se Mario Reis , Francisco Alves e Aracy de Almeida.

Noel foi polêmico também em sua vida pessoal, teve ao mesmo tempo varias namoradas e foi amante de varias mulheres casadas, Noel se casou em 1934 com a bela Lindaura Medeiros Rosa, mas era mesmo perdidamente apaixonada pela Prostituta de Cabaré Ceci (Juraci Correia de Almeida), sua amante de longa data. Sua paixão era Tão forte por Ceci que Noel Compos a Musica "Dama de Cabaré" em sua Homenagem.



Noel e Sua Esposa.

Noel logo adoeceu e passou os anos de sua vida travando uma forte batalha contra tuberculose que com o tempo o deixava mais fragilízado.
A vida boêmia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do clima mais puro, sempre voltava para o samba, à bebida e o cigarro, nas noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes. Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte, lá, Lindaura engravidou, mas sofreu um aborto , e não pôde mais ter filhos, por isso Noel não foi pai.
Da capital mineira, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo:

“Já apresento melhoras/Pois levanto muito cedo/E deitar às nove horas/Para mim é um brinquedo/A injeção me tortura/E muito medo me mete/Mas minha temperatura/Não passa de trinta e sete/Creio que fiz muito mal/Em desprezar o cigarro/Pois não há material/Para o exame de escarro".
(Telegrama de Noel Rosa ao seu medico).

Trabalhou na Rádio Minas e entrou em contato com compositores amigos da noite, como Rômulo Paes , recaindo sempre na boêmia. De volta ao Rio, jurou estar curado, mas faleceu em sua casa no bairro de Vila Isabel no ano de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia desde sempre. Deixou Lindaura viúva e não foi pai de nenhum filho. Lindaura e dona Martha cuidaram dele até o fim.

Mestre Noel Rosa



Dedicatória deste texto.

- Dedico a Noel Rosa e a Sua Família.
- Dedico aos meus avós Neide e José.
- Dedico em especial ao grande mestre Roberto Lapiccirella por me apresentar e me dar aulas sobre nossa MPB é por você amigo Roberto que hoje posso afirmar que conheci a musica de verdade!

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Gabriel Gonçalves Cardoso




Fonte: Wikipedia a Enciclopédia Digital - http://pt.wikipedia.org/wiki/Noel_Rosa
Noel Rosa: Poeta da Vila, cronista do Brasil. (Luiz Carlos Leitão), publicado em 2009.
A Canção no Tempo - Vol.1 1901 - 1957 ( Zuza Homen de Mello e Jairo Severiano)